A noite estava bonita. Uma lua cheia e plena, acompanhada de belas estrelas no céu azul. Um friozinho gostoso de sentir na pele. Para se sentir completa, ela só precisava de uma companhia. Não uma companhia, a companhia. Aquela que ela visivelmente não precisava só naquela noite, mas em todas as anteriores que tinham se passado vazias. Daqueles seus 26 anos de vida, ela não se recordava de ter vivido um momento tão longo de solidão. Sentia falta de coisas que há muito já tinham sido vividas. Vividas em sonhos. Como poderiam tais sonhos ser tão reais?
Então naquela noite mesmo, ela decidiu sair de casa, ir caminhar à beira da praia, molhando os pés na água geladinha do mar. O cheiro de maresia, o vento forte esvoaçando seus cabelos e a companhia das estrelas faziam-na se sentir mais próxima de quem ela sentia falta.
Aos poucos foi sentindo como se aquela presença fosse tão real, que passou a não se sentir mais tão só, estava de novo acompanhada de sua melhor companhia.
De repente, sentiu alguém tocá-la em sua cintura, e lhe dar o abraço mais aconchegante que ela tinha experimentado.
-Que Saudade - era só o que ela conseguia dizer - pensei que você não voltaria mais. Sussurrando e aproveitando a imensidão daquele abraço.
E durante aquele longo momento de silêncio congelante, ela tornou a indagar:
-Porque você me abandonou?
-Você sabe que não te abandonaria jamais. Senti sua falta a cada noite que estive distante. - Dizia a voz, tão suave e límpida, que a respiração da moça tinha se acalmado.
Caminharam ao longo da praia, a areia molhada marcada sob seus pés, e um horizonte infinito por detrás das ondas fortes.
-Queria que todas as noites fossem assim, ao teu lado. Queria te ter por perto sempre! Tornava a dizer a moça, na esperança de prolongar aquele momento ao lado de quem amava.
-Só nos afastaremos se quisermos. Mais uma vez a voz parecia saber dizer justamente o que a moça esperava ouvir. Numa única e misteriosa frase.
E naquele momento esqueceram qualquer pessoa que passeava na orla, ou ali mesmo próximo ao mar. Naquele momento, se abraçaram de novo e se beijaram como se estivessem sós. Como se o mundo não abrigasse mais ninguém além daqueles dois corpos, além daquelas duas almas.
"Você é assim, um sonho pra mim e quando eu não te vejo...". O celular da moça tocou, despertando sua mente do que acabara de ser mais uma noite de sonhos. Mais um daqueles sonhos.
-Não acredito que foi só mais um sonho! Disse ela consigo mesma.
Levantou-se para mais um dia de trabalho e, apesar da reclamação que acabara de fazer, sabia que estava feliz de uma forma que há muito tempo não sentia igual. Ao mesmo tempo, não podia deixar de lembrar que aquele seria mais um longo dia, que lhe afastaria da noite, que lhe afastaria de seus sonhos.
Foi então que a moça percebeu: "Quanto mais alto se sobe, maior é a queda. Quanto mais eu me aproximo destes sonhos, mais longe fico da realidade. Tenho medo de despertar de vez".
Obrigada a todos pela leitura. Estou de volta! :)
assim você me quebra, Luboca! eu torci pra que não fosse um sonho! ao descobrir que nao se trata da realidade da sua personagem, me senti sonhando com ela e despertada pelo fim do texto. :)
ResponderExcluirViv! você já leu? Eu ainda estava formatando o texto... :) Mas brigada mesmo pela leitura!! beijão!
ResponderExcluirLindo mesmo...emocionante!!!
ResponderExcluirSaudades...
Beijos
Eu sei que gostei do texto quando ele me faz sentir... Arrasou, Luba Luba! \o/
ResponderExcluirOnde vc escondeu os seus textos do ensino médio, mulher?
Obrigadaa pelos comentários, meninas! É gratificante ler coisas assim vindo de pessoas tão especiais!
ResponderExcluirRomy, saudades tbm... Obrigada!
E Carolzinha... eu escrevia no esino médio?! hehe... Brigadaa e saudades tbm!
Beijos!
"você é uma das maiores inspirações pra essa pequenina escritora!"
ResponderExcluirde alguma forma, te inspirei a escrever isso? ;D
fico feliz! brigado pelos parabens, vossa pequenitude! :*