domingo, 27 de junho de 2010

Felicidade

E então, sonhei tanto com aquele momento.
Torci, chorei, esperei... E ele simplesmente chegou.
Mas, o que falta pra tudo ser completo? Sei lá, o que é que falta pra não sentir mais esse vazio?
Antes, parecia que faltava justamente aquele momento chegar pra que eu fosse feliz.
É isso. Felicidade. Essa é a palavra.
Aliás, do que depende a felicidade?
Como sabemos quando ela chega? Se ela chega? Como saber quando se é feliz?
Sonhamos, esperamos e esquecemos por muitas vezes que a felicidade não deve ser um ponto de chegada, mas um estilo de vida.
Ouvi uma vez que sonhar é lindo, mas não enche a barriga. Acho que viver é isso, é ser realista, é saber que temos obstáculos e que devemos superá-los a fim de perseguir nossos sonhos. Mas não condicionar a nossa felicidade a eles, muito pelo contrário, devemos fazer da busca pelos nossos sonhos um caminho feliz. Com dificuldades, até porque do que adianta viver sem encontrar dificuldades pelo caminho? Como eu já disse muitas vezes, são essas dificuldades que nos levam ao aprendizado e o aprendizado à evolução.
Bom, e ao que se deve a sensação de vazio?
Essa sensação encontraremos sempre que criarmos tantas expectativas em torno de uma situação que, quando tal chega e não corresponde às nossas expectativas, nos decepcionamos. Afinal não é daí que vêem as decepções? Das expectativas de ser feliz no futuro, esquecendo de ser feliz agora?
Ser feliz em um sorriso, ser feliz com uma música, ser feliz com o trânsito engarrafado, com a dor de ouvido, com a sensação do vento tocando seu rosto ou a chuva molhando o cabelo...

Então, o grande lance não é esperar pela felicidade. É vivê-la. É ser feliz.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Dica Musical

Bom, conheci duas pessoas por acaso já algum tempo e descobri nelas dois maravilhosos cantores. A primeira, a incrível Aíla Magalhães, além de ser uma fofa, traz fusões únicas das nossas raízes paraenses com sua voz leve e viciante a la Adriana Calcanhotto - se me permitem a comparação. Então vai aqui pra vocês uma provinha do que é essa nova referência em música paraense (retirei essa caixinha musical -simplesmente genial- do blog "som do norte" que vocês conferem aqui)

Som do Norte


O outro, é o querido Caio Martinez, sambista lá de Porto Alegre com uma alegria e gingado únicos. Não tive a oportunidade de conhecer o seu trabalho quando estive em PoA, mas quando retornei, uma amiga me mostrou o quanto vale a pena dar uma conferida no seu trabalho. Então confiram aqui vocês também o trabalho dele, sei que não se arrependerão.


Estou de saída agora, depois coloco mais novidades!
beijões!

terça-feira, 15 de junho de 2010

Quando o orgulho não é legal...

Trim. Trim.

- Alô?

- Oi... Tudo bem? Uma voz um pouco rouca e desanimada se manifesta do outro lado da linha telefônica.

- É... Tudo bem, sim, mas quem tá falando?

- Nossa, já esqueceu da minha voz, é? (Risos) Você não tem jeito mesmo, hein?

- Gente! Será possível? É você mesmo? Mas... Porque foi que você sumiu? Nunca mais me ligou, desapareceu, não deu notícias. Bem, pensei que você não quisesse mesmo mais saber de mim. Respeitei sua decisão e não te procurei mais. Mais de dois meses se passaram. Você deve estar levando a sua vida muito bem, hein?
(Risos) Deve ter ganhado na loteria, sei lá... Gente rica esquece mesmo de nós, humildes mortais.

- Pois é, ninguém mais me procurou... Nem você, nem nenhum de nossos amigos... Fiquei me sentindo só...

- Eu disse mesmo que você não queria mais saber de ninguém
(Risos) Interrompe a moça, sem que a pessoa do outro lado da linha tenha a oportunidade de continuar. Talvez você tivesse encontrado amigos mais divertidos... Bom, o que quer que tenha sido, tenho certeza que você está bem e nós também estamos!

- Não sei porque foi que você falou isso... Sabe, tava com aquelas complicações de saúde, sei que estive ausente... Na verdade, essas complicações se agravaram, acabei tendo de me ausentar completamente dos meus afazeres, de todas as pessoas.. Além de tudo, ainda tinha de conciliar com alguns outros problemas que estava enfrentando. Infelizmente, não tive oportunidade de compartilhar com você as minhas angústias antes que elas tomassem conta por completo do meu tempo.

- Porque foi que você não falou? Nós nunca saberíamos pelas coisas que você tá passando... Acreditei mesmo que você não quisesse mais nos ver... Aliás, todos nós também passamos por problemas graves nesse tempo...

- Não avisei logo porque pensei que vocês estivessem ocupados demais para mim...
Mas vamos esquecer tudo isso e bola pra frente né?

- É sim, obrigada por ter me ligado, vou lhe fazer uma visita tão breve quanto for possível. Lhe estimo as melhoras, viu?


- Tá certo, te espero. Beijo...

- Pode esperar mesmo. Tchau.


O exemplo pode ser bizarro, mas... quantas e quantas vezes não ficamos a ponto de perdermos pessoas importantíssimas pra nós por simples orgulho? Sim, orgulho. Orgulho por motivos que nem mesmo nós conseguimos definir. Orgulho por julgar e encarar uma situação de uma forma diferente da qual ela realmente é e deve ser encarada. Deixemos de perder nosso tempo nos preocupando com as coisas como "devem estar acontecendo" pra nos preocupar com as coisas como elas realmente são. Aliás, esqueçamos as preocupações e passemos às ações. Não nos percamos mais por não saber perdoar (por mais que seja difícil).

Beijos saudosos.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Diário de Bordo III - A Carta


Porto Alegre, 16 de maio de 2010


Oi você, lhe escrevo de longe.
Lhe escrevo de longe, porque sinto sua falta. Aliás, "de longe" sempre estivemos, não é? E ao mesmo tempo, muito perto.
Lhe escrevo de longe, porque talvez não tenha conseguido falar tudo o que quis quando estive por perto.
Lhe escrevo de longe, porque é assim que consigo me expressar. Por que é assim que consigo dizer o quanto você tem me feito bem desde que nos conhecemos. Se lembra quando eu disse que amor é dado de graça? Então, continuo a te amar simplesmente por te amar.
Saiba que se você estiver feliz, eu também estarei. E se estiver triste, daqui poderei sentir sua dor. E esta dor será minha também...

Hoje não sinto mais só a falta da sua voz, ou da sua risada. Hoje sinto falta também do seu sorriso único e sincero. Sinto falta do seu cheiro, do seu abraço. Sinto falta de segurar sua mão.
Sinto falta de alguns sonhos compartilhados, de histórias confidenciadas. Sinto falta da sensação de te dizer "oi", e até mesmo de quanto doeu te dizer "adeus".
Sinto sua falta, e a saudade já me mata. Não sei bem se é o frio ou a distância que mais me tortura.
Mas de uma coisa estou certa: guardarei pra sempre a lembrança de estar ao teu lado, na esperança de que este dia volte a existir. Sim, apenas um dia. 24 horas - quase que cronometradas - ao seu lado.

Ei, você... Te amo. Daquele jeito que não sei explicar - talvez nem queira - e que você também não entende.

Se cuida tá? Tô distante, mas tô presente.

"Das lembranças que eu trago na vida, você é a saudade que eu gosto de ter. Só assim, sinto você bem perto de mim. Outra vez."

Um beijo e um abraço bem apertado,

Luiza.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Diário de Bordo II - Dois Reais

Balneário Camboriú, 13 de maio de 2010



Se pudesse, teria chorado. Até poderia tê-lo feito, mas felizmente (ou infelizmente) não resolveria nenhum dos meus problemas. Há tempo de orar e há tempo de agir. Este certamente era o momento de agir.

Abri a porta daquele quarto de hotel, saí e girando a chave, me despedi do aconchego das cobertas, rumo ao desconhecido. Não... rumo ao desconhecido fiz desde o momento que pisei no avião.

Resolvi sair, me direcionei até a praia, que ficava a poucos metros distante dali. Andei até o final dela, observando as pessoas que estavam por lá. Parava de vez em quando e sentava para sentir a brisa leve do mar, ou simplesmente para ouvir o barulho das ondas quebrando naquele cenário paradisíaco.

"Mas que sede!", pensei comigo mesma. Logo mais a frente, avistei um quiosque daqueles que podemos encontrar aos montes na orla de Balneário Camboriú. Apenas um velhinho estava sendo atendido e saboreava uma deliciosa cervejinha à beira-mar.

- Oi, bom dia! Você tem água mineral?, perguntei.

- Com gás ou sem gás?, a pessoa que estava atrás do balcão me perguntou em resposta.

- Sem gás! disse eu, convictamente.

- Tenho sim. Dois reais.


"Dois reais? Mas por que tem de ser tão caro? Apenas uma garrafinha de água!!", pensei comigo, sem falar em voz alta. Bom, mas com a sede que eu estava, não pensei duas vezes. Abri a carteira, tirei a nota de dois e entreguei. Então disse educadamente:

- Muito Obrigada!

- De nada, não precisa agradecer! E erguendo os óculos de sol, fitou-me com olhos tão azuis quanto o céu maravilhoso em dia ensolarado naquela cidade.

Abri um sorriso quase que involuntariamente, peguei minha garrafinha de água e, indo embora, pensei: "Realmente, esses dois reais foram bem pagos".

A viagem tem me rendido bons textos, mas vou publicando aos poucos. Obrigada a todos pela leitura e pelos comentários! Até mais!

sábado, 15 de maio de 2010

Diário de Bordo I - O sorriso

Aeroporto de Congonhas, São Paulo, 12 de maio de 2010.

No começo, parecia uma saga.

-"Você fará uma odisséia", disse a moça do check in, "3 vôos, 2 longas conexões, quase 12 horas de viagem... Você tá preparada?!"

-"Tenho que estar, né?!", disse eu, rindo.

Bom, vale ressaltar que foi uma verdadeira saga. A segunda conexão, com mais de 3 horas de intervalo entre um vôo e outro foi uma experiência única. Mesmo que massacrante.
Talvez o ar completamente executivo do aeroporto, ou a frieza, a pressa das pessoas... Não sei o que realmente mais me incomodava. O local estava lotado. Um vai-e-vem danado de gente. Malas. Paletós. Pessoas. No desembarque, filas de pessoas com plaquinhas com alguma referência para o viajante que chegava. "Vivo empresa". "Sr. Fulano de tal". E mais tantas outras do gênero.
Não. Nenhuma estampava meu nome. Aquele nem sequer era o meu destino final. Apenas uma longa conexão.
Ao passear pelo aeroporto, vários notebooks abertos pelas mesas dos cafés e pessoas grudadas ao conteúdo exibido pelo monitor. Algumas outras pessoas em pé, conversando. A mãe segurando o filho enquanto conversava com alguém no orelhão. Gente chegando e contando como foi a viagem. Gente correndo, atrasada e apavorada com a possibilidade de perda de vôo.
E observando cada rosto, cada semblante que cruzava meu caminho, uma expressão (visivelmente a mais bonita do dia) me prendeu o olhar.
Foi apenas por um segundo. Até menos que isso. Centésimos de segundo. Profundos de tanta emoção que me trouxeram. Essa expressão, nesses míseros centésimos de segundo, fizeram meu coração pulsar tão fortemente e tão frequentemente que tive de segurar para que não saísse saltitando pela boca.
É isso aí. Pela boca. De onde veio o sorriso mais inacreditável que já vi e que transformou aquela troca de vôos em um momento único. Um belo e simples sorriso.
Mas se engana quem pensa que se dirigia a mim (ah! quem me dera que tivesse tido tamanho privilégio). Provavelmente estava apenas se divertindo com alguma coisa que foi dita ao outro lado do telefone, ou expressava simplesmente a felicidade por ouvir a voz de alguém especial.
Seja lá o que tenha sido, se pudesse, agradeceria o bem que o sorriso me proporcionou. Aliás, agradeço aqui (vai que num acaso do destino aquele belo sorriso se abra outra vez ao ler este agradecimento?! rsrs)

Muito obrigada por ter alegrado um pequeno instante da minha vida, belo sorriso. Certamente o mais belo que já vi em toda a vida, e que seria impossível de esquecer, mesmo que eu quisesse.

Beijos a todos!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

A noite

A noite estava bonita. Uma lua cheia e plena, acompanhada de belas estrelas no céu azul. Um friozinho gostoso de sentir na pele. Para se sentir completa, ela só precisava de uma companhia. Não uma companhia, a companhia. Aquela que ela visivelmente não precisava só naquela noite, mas em todas as anteriores que tinham se passado vazias. Daqueles seus 26 anos de vida, ela não se recordava de ter vivido um momento tão longo de solidão. Sentia falta de coisas que há muito já tinham sido vividas. Vividas em sonhos. Como poderiam tais sonhos ser tão reais?

Então naquela noite mesmo, ela decidiu sair de casa, ir caminhar à beira da praia, molhando os pés na água geladinha do mar. O cheiro de maresia, o vento forte esvoaçando seus cabelos e a companhia das estrelas faziam-na se sentir mais próxima de quem ela sentia falta.
Aos poucos foi sentindo como se aquela presença fosse tão real, que passou a não se sentir mais tão só, estava de novo acompanhada de sua melhor companhia.

De repente, sentiu alguém tocá-la em sua cintura, e lhe dar o abraço mais aconchegante que ela tinha experimentado.

-Que Saudade - era só o que ela conseguia dizer - pensei que você não voltaria mais. Sussurrando e aproveitando a imensidão daquele abraço.

E durante aquele longo momento de silêncio congelante, ela tornou a indagar:
-Porque você me abandonou?
-Você sabe que não te abandonaria jamais. Senti sua falta a cada noite que estive distante. - Dizia a voz, tão suave e límpida, que a respiração da moça tinha se acalmado.

Caminharam ao longo da praia, a areia molhada marcada sob seus pés, e um horizonte infinito por detrás das ondas fortes.

-Queria que todas as noites fossem assim, ao teu lado. Queria te ter por perto sempre! Tornava a dizer a moça, na esperança de prolongar aquele momento ao lado de quem amava.
-Só nos afastaremos se quisermos. Mais uma vez a voz parecia saber dizer justamente o que a moça esperava ouvir. Numa única e misteriosa frase.

E naquele momento esqueceram qualquer pessoa que passeava na orla, ou ali mesmo próximo ao mar. Naquele momento, se abraçaram de novo e se beijaram como se estivessem sós. Como se o mundo não abrigasse mais ninguém além daqueles dois corpos, além daquelas duas almas.

"Você é assim, um sonho pra mim e quando eu não te vejo...". O celular da moça tocou, despertando sua mente do que acabara de ser mais uma noite de sonhos. Mais um daqueles sonhos.

-Não acredito que foi só mais um sonho! Disse ela consigo mesma.

Levantou-se para mais um dia de trabalho e, apesar da reclamação que acabara de fazer, sabia que estava feliz de uma forma que há muito tempo não sentia igual. Ao mesmo tempo, não podia deixar de lembrar que aquele seria mais um longo dia, que lhe afastaria da noite, que lhe afastaria de seus sonhos.
Foi então que a moça percebeu: "Quanto mais alto se sobe, maior é a queda. Quanto mais eu me aproximo destes sonhos, mais longe fico da realidade. Tenho medo de despertar de vez".

Obrigada a todos pela leitura. Estou de volta! :)

domingo, 18 de abril de 2010

Um sonho possível


Acabo de voltar do cinema. Fui assistir a "Um sonho possível" (The Blind Side, em inglês), protagonizado pela Sandra Bullock, que inclusive recebeu várias premiações de melhor atriz - dentre elas o Oscar - pela sua atuação no filme.
O filme possui um ótimo roteiro e é recheado de picos de humor e drama. As gargalhadas são garantidas, e se você é manteiga derretida como eu, algumas lágrimas tbm não deixarão de escapar.
A história real do Big Mike, filho de mãe viciada em crack, habitante da extrema periferia de sua cidade e totalmente à parte dos padrões impostos pelo senso comum da sociedade, nos remete a vários questionamentos a cerca da nossa própria vida, tais como: Qual é o verdadeiro sentido de estarmos aqui? Será que sabemos dar valor a todas as oportunidades que nos são dadas? Será que sabemos olhar a nossa volta e ver que existem pessoas que precisam da nossa ajuda tanto quanto precisamos da ajuda delas?
Já me via diante destes questionamentos antes de ver o filme, além de me ver diante de muitos outros. Mas parece que o filme veio pra dar um: "Alô, minha filha, acorda!"
Todos nós temos um talento escondido, um poder que só nós sabemos que temos, um encanto especial, uma característica que nos diferencia dos demais. Acho que todos nós já ouvimos aquela frase, se não me engano, de autoria do Gandhi:
"Seja a mudança que você quer ver no mundo."
Temos de saber dar valor aos nossos próprios poderes, aos nossos próprios talentos.
As oportunidades nos são dadas, a todos os momentos, só nos basta ter olhos para ver, ouvidos para ouvir e coração aberto para aceitar. Aceitar e tomar decisões. Vejam bem, "a cada escolha, uma renúncia."
Para que tenhamos as mãos livres para receber coisas boas, primeiro temos de soltar o que as mantêm presas. É preciso discernimento pra saber quando e o que soltar. E é muito difícil.
Mas, mais difícil do que renunciar as coisas que nos fazem mal, é aguentar o peso de escolhas mal feitas. Vejamos os exemplos que temos e o quanto nos decepcionamos ao escolher mal os nossos políticos. Bem, mas este é um ponto a ser discutido em outra ocasião.
Enfim, saibamos que podemos sempre ajudar e pelo simples fato de ajudar, estaremos levando conosco, no mínimo, ajudas ainda maiores: a sabedoria e a experiência, graças divinas. O amor e a caridade em excesso nunca são prejudiciais.
Dentre muitas outras reflexões e conclusões que este filme e o dia de hoje me renderam, destacaria, então, essas: Saber reconhecer nossos talentos e valorizá-los; Usá-los para o bem e saber aprender com o bem que fazemos aos outros; Saber reconhecer as oportunidades que nos são dadas, tirar bom proveito delas e, sobretudo, saber fazer renúncias em prol de boas escolhas.

A exemplo de um amigo meu, finalizo agradecendo a todos pela leitura e aproveito para desejar-lhes uma semana abençoada! Beijos!

quarta-feira, 14 de abril de 2010

(Falta de) Inspiração


A falta de inspiração dos últimos dias resultou numa falha na frequência em que eu escrevia no blog. O problema não é em si deixar de escrever no blog, mas a falta de inspiração, que não tem tido efeito só na minha forma de escrever, mas na minha forma de viver. Estava tentando me lembrar o pq disso tudo, mas não consigo ainda achar uma razão. Acredito que todos os problemas sejam fáceis de solucionar (pelo menos não tão difíceis) desde que achemos as causas. Mas como solucionar um problema sem causa? Ou melhor, que tem causa, mas que não conseguimos localizá-la? Bem, o primeiro passo, com certeza é ir em busca da causa pra analisar as consequências e apontar soluções. Parece que estou andando em círculos no que estou dizendo, mas talvez algo esteja começando a se esclarecer. Falta força de vontade de seguir em frente. Dificuldades todos temos, o que diferencia uns dos outros é a forma com que cada um lida com as tais dificuldade. A forma com que as pessoas 'se viram nos 30'.
Já localizei uma causa para os meus problemas: o excesso de falsas expectativas. Bom, em consequência, tenho colhido um grande leque de decepções que não têm me motivado a continuar sorrindo e a fazer as coisas que eu gosto com dedicação.
Ok, me policiarei para que posts como estes não venham a se repetir, e que eu consiga tirar o máximo de proveito dos meus dias, publicando reflexões menos egoístas e que há tempos me eram comuns.

Quero minha inspiração de volta, e que ela volte de mãos dadas com minha auto-estima.
Sinto falta de mim mesma.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Ah, minha saudade...

Há dias que uma saudade incomum vem me consumindo sem me deixar em paz. Saudade de momentos que eu sei que não voltam mais, de coisas vividas, de pessoas, de lugares. Cheguei inclusive a sentir saudades das coisas que ainda não vivi, de pessoas que ainda não vi, de lugares que ainda não visitei. Como pode isso?

Saudade
s.f. Recordação suave e melancólica de pessoa ausente, local ou coisa distante, que se deseja voltar a ver ou possuir. Nostalgia.


Acredito que a "Recordação suave e melancólica" que tenho esteja realmente associada à enorme distância que me separa das lembranças ou imaginações que me fazem falta. Mas, como posso sentir falta, do que nem cheguei a ter? Concluí que minha imaginação, meus sonhos e alguns delírios (associados a minha imensa esperança) me colocaram diante de realidades que ainda estão por vir. Realidades ainda não reais, mas que fazem com que a distância geográfica seja apenas um detalhe diante da verdadeira proximidade daquilo com que sonho ou me recordo.

Distância
s.f. Espaço entre dois pontos. Pode ser medida em quilômetros, metros, centímetros e muitas outras unidades. Os enormes espaços existentes entre as estrelas e os planetas, ou distâncias astronômicas, são medidos pela velocidade da luz.
Fonte: Dicionário Aurélio

A distância que os meus sonhos estão da realidade ainda é medida em unidades imaginárias...

terça-feira, 30 de março de 2010

Sem explicações...


Hoje não vou me estender...
Recebi um e-mail de uma amiga, contendo esse poeminha, que resolvi publicar...
Em homenagem a todos nós que sempre procuramos respostas e explicações, fórmulas químicas e matemáticas, mas nunca as encontramos.
Simplesmente porque o amor não se explica mesmo. Se sente. Se ama.
Bom, aqui está o poeminha:
Eu derivei meu amor
Mas percebi que o limite
Tendia para o infinito.
Como solução somente a integração.
Usei a integral indefinida
Para calcular seu tamanho,
Mas percebi que era n-dimensional.
Então achei que era tudo aleatório e que dependia do referencial.
Em cada ângulo imaginei meu amor,
Mas percebi que em leis não se enquadrava.
Achei tudo aleatório,
Pedi socorro à probabilidade.
Se era uma variável discreta ou contínua,
Foi difícil diagnosticar.
Mesmo com intervalo de confiança
O amor caiu além dos limites.
Soltei o coeficiente de aceitação,
Mas o amor assumiu valores
De uma complexa inequação.
Então tarde eu percebi
Que o amor não tem explicação.

Autor Desconhecido.

Boa noite a todos! Grandes beijos

sábado, 27 de março de 2010

Aos problemas...


Eu tenho um problema. Certo. Você também tem. Minha mãe também, meu tio, meu pai, minha avó. Aliás, cada um de nós não tem apenas um problema. Temos vários. Agora imagina só: com quantas pessoas você cruza diariamente? Quantos rostos diferentes são espelhados em sua retina, apesar de não ficarem registrados em sua mente? Você entra no ônibus, no metrô, anda na rua, dirige o carro e vê o pessoal atravessando a rua.
Cada um com sua vida. Cada um na sua individualidade... e com seus próprios problemas. Então são milhares, milhões, inúmeros problemas transitando pela rua. Anônimos. Talvez estejam procurando uma solução. Talvez não vejam mais uma saída. Talvez esperem ter mais esperança. Talvez queiram apenas um sorriso. Você perdeu seu anel, o seu vizinho perdeu a filha. A cada momento, um monte de pessoas morre no mundo e viram estatísticas. Mas por dentro dessas estatísticas, quantas famílias não sofrem a perda de alguém? Quantas esposas não ficaram sem os maridos? Quantos filhos sem as mães?
Conversei outro dia com uma professora minha (e também grande amiga) e ela me disse:
"Certa vez, tive de descer num poço muuuito fundo, com mais de dez metros de profundidade. Antes de descer, me avisaram que quando chegasse ao fundo, que eu não olhasse pra cima. E, chegando ao fundo, foi exatamente o que fiz. Ao olhar pra cima, vi apenas uma bolinha, ora azul, ora branca. Era o céu. Toda a imensidão do céu, apenas em uma bolinha. E imediatamente pensei: 'Meu Deus! Como eu sou pequena!'. Agradeci por ter olhado para cima. As pessoas que me disseram pra não olhar pra cima, foram justamente as pessoas que nunca tinham descido até o fundo do poço."

As pessoas que nunca desceram ao fundo do poço não podiam entender como seria a vista lá embaixo, por isso tinham medo. Medo do desconhecido. Não se dá pra cobrar a mesma compreensão de alguém, se essa pessoa não passou pelas mesmas experiências que você. Cada um carrega a cruz que é capaz de carregar. Bem ao modo que "Deus dá o frio conforme o cobertor". Você pode estar reclamando do problema que tem, e estar achando que este é o pior problema do mundo, principalmente quando compara aos problemas menores que o seu. Mas saiba que, como já disse um antigo provérbio, "Eu reclamava que não tinha sapatos, até que vi um homem que não tinha pés."

Ninguém é tão perfeito que não tenha problemas; nem tão grande para ter o maior do mundo. O grande lance é olhar para os lados e ver que nós temos problemas, bem como nossos vizinhos, nossos amigos. Mas que não estamos sozinhos.

Ninguém nunca está.

O autoconhecimento

Quantos de nós nos conhecemos verdadeiramente? Como queremos conhecer outras pessoas, fazer com que elas gostem de nós se nem ao menos nos conhecemos o suficiente pra dizermos o pq de gostarmos de nós? Se conhecer não é só se olhar no espelho e saber onde estão aqueles sinais de nascença q só vc conhece, saber que o seu dente da frente é torto pro lado direito, ou que seu ângulo pra fotografias que fica melhor sempre contempla o teu lado esquerdo...

Não é somente saber qual a sua cor preferida, a banda musical que vc mais curte ou o país do mundo que vc tem mais vontade de visitar. Se conhecer é saber as suas fraquezas, seus pontos fortes, é poder se autocriticar e poder mudar o que te incomoda pra de fato poder gostar de si. Mas essa é uma tarefa muito difícil. Se conhecer exige paciência, até pq estamos em eterna transição. A cada novo momento, podemos nos deparar com novas pessoas dentro de nós mesmos. Então não adianta procurar a fórmula mágica para o autoconhecimento; a mesma não existe.
Mas se não achamos a fórmula mágica, podemos ao menos tentar ter certa afinidade com nós mesmos...
Estou tentando!

Bom, terei de me desculpar, mas estou atrasadinha e de saída! Talvez mais tarde eu retome o raciocínio!

Beijos!

segunda-feira, 15 de março de 2010

Falando de (você) amor...


Posso até não ser quem você ama.
Posso até não ser a pessoa a quem você dedica declarações apaixonadas.
Mas, mesmo não sendo a mim que você dedica seus pensamentos matinais, continuo a te dedicar as melhores energias que posso emitir, continuo a te dedicar meus sonhos. Porque, como disse Carlos Drummond de Andrade: "Te amo porque te amo. Amor é dado de graça e com amor não se paga. Amor é estado de graça (...)".
Te amo por não saber o porquê de te amar; mas por saber que esse amor me faz bem. Esse amor que me motiva a viver, a continuar a seguir em frente, a acreditar mais nas coisas. Esse amor que me deixa mais feliz, que me completa. Esse amor que me faz sorrir sinceramente ao mundo, distribuindo alegria.
Se um dia vou te conquistar? Se vou fazer com que penses em mim na mesma frequência em que penso em ti? Ou se ao menos olharei um dia nos teus olhos e te direi tudo isso? Sinceramente, não sei. Não sei e não me importo em sabê-lo.
Hoje não sei porquê eu sinto, nem como eu sinto. Mas sinto. E isso me basta.
Então, dedico a você esse texto, bem como tenho dedicado os meus dias, os meus sonhos. Dedico a você tudo o que em mim é sincero e puro. Dedico sem esperar ser recompensada. Já fui recompensada quando te conheci. Antes mesmo de te amar.
Você é a recompensa diária por tudo o que ainda te dedicarei.
E a ti, sempre, dedicarei o meu amor.

O primeiro passo

Como começar? Dar o primeiro passo sempre é o mais difícil... O primeiro passo para qualquer coisa. O primeiro passo rumo a um novo caminho, um primeiro passo rumo ao recomeço. Para se dar o primeiro passo, é necessário ter coragem pra enfrentar tudo o que o caminho que se inicia tem a te proporcionar. E na maioria das vezes, não se sabe o que vem pela frente. Podem ser coisas boas, podem ser coisas ruins. Podem ser coisas tão fáceis que são desmotivadoras; mas podem ser coisas tão difíceis que são desafiadoras. E às vezes, nem fácil e nem difícil. Cômodo.
O "cômodo" é que me dá mais medo. O "cômodo" não é legal. Não há adrenalina, não há perdas e não há ganhos. Quando o primeiro passo levou ao comodismo, é hora de analisar outros caminhos e enfrentar novos primeiros passos. Aceitar novos desafios, combater novas dificuldades. A vida é uma eterna renovação. Como diria Raul: "Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo". É clichê, mas é a pura verdade. Se há uma constante na vida, essa com certeza é a mudança. A nossa vida é cheia de novos primeiros passos, que conduzem a novas alegrias, novas tristezas e, consequentemente, a novos aprendizados. E o aprendizado conduz à evolução.
Hoje estou dando um novo primeiro passo. Estou aceitando o desafio de me conhecer melhor. Me conhecer melhor para que eu possa decidir quais são os novos primeiros passos que quero dar, e dos quais quero me afastar.

"Grande satisfação em conhecê-la, Luiza. Acho que temos muito a conversar."
Com certeza temos.